Com a retomada de novas restrições e o aumento de mortes por covid-19, muitos comércios estão fechados e a população se mantém ainda mais em casa. Mas a tendência é que nos próximos dias, com o afrouxamento do comércio de rua e a reabertura dos shoppings, mesmo que em horário reduzido, o “consumo por vingança” possa se tornar um problema bastante presente na população. Isso já aconteceu há alguns meses e vem acontecendo em alguns países que formam filas na porta de lojas de diversos setores. E é importante lembrar que desde o início da pandemia, as compras online também aumentaram consideravelmente.
De acordo com Denner Pires, especialista em Direito do Consumidor da RGL Advogados é preciso ficar alerta porque com as restrições em fazer suas atividades do cotidiano, as pessoas passaram a usar a tecnologia para fazer compras em busca da sensação de uma satisfação passageira. “Por mais que nesse período de quarentena muitas pessoas realizaram compras online, elas voltarão com sede de passear no shopping, comer em restaurantes, experimentar roupas antes de ir para casa, ou seja, vontade de voltar a uma vida normal. O problema é que todo esse excesso de vontade pode impactar negativamente nas finanças”, explica.
Os comerciantes também precisam ficar de olho nessa tendência. “É preciso ficar atento e cumprir todos os direitos do consumidor, além de seguir as regras de segurança definidas pelo governo”, completa o especialista.
Abaixo, o especialista lista três dicas para não comprar em excesso durante as novas restrições. Confira:
1 – Tome cuidado com a saúde física e das finanças: por mais que o governo venha a afrouxar a quarentena em alguns estados é preciso entender que o vírus ainda está contaminando e que pessoas ainda estão morrendo. “Esse é um momento de ficar em casa e conter gastos. A crise ainda não acabou, os problemas econômicos de empresas e pessoas também podem continuar por tempo indeterminado, então temos que tomar cuidado com esse excesso de compras para depois não precisar enfrentar uma dívida desnecessária”, aconselha Denner Pires.
2 – Compre apenas o necessário: mesmo que a vontade de sair para aproveitar a vida seja grande, coloque em mente que ainda é tempo de pensar apenas no necessário. “Aquele restaurante que você tanto gosta provavelmente continuará entregando a comida na sua casa, assim como a loja de roupa de seu agrado. Pense no que você realmente precisa e tome cuidado para não comprar/consumir mais do que o necessário. Muitas vezes, é possível diminuir alguns gastos, uma dica é passar a cozinhar mais em casa”, indica o especialista.
3 – Saiba todos seus gastos: ao anotar cada compra é possível ter um panorama geral de como pequenos custos podem se tornar uma bola de neve no fim do mês. “O primeiro passo é anotar tudo o que gasta, seja aquele cafezinho, almoço ou mesmo uma conta maior, como a fatura de um cartão de crédito, por exemplo. Não é preciso nenhuma planilha, você pode pegar um caderninho e ir anotando diariamente seus custos, entradas e retiradas. Assim fica mais fácil de evitar o consumo em excesso”, sugere Denner. Ainda de acordo com ele, é possível pensar e planejar alguma renda extra. Uma dica é buscar uma segunda fonte de renda, como venda de doces, alimentos ou mesmo serviços que possam ser feitos de casa e com o auxílio do computador. Sabemos que se ouve falar em mercados que não conseguirão se recuperar, mas acredito que todo negócio pode aproveitar as novas oportunidades, e olhar para o futuro empregando tecnologia, boa gestão, gestão financeira e de pessoas, conseguirá superar esse momento.”, finaliza Denner